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Incontinência Urinária na Mulher

O pavimento pélvico é constituído por músculos que têm funções muito importantes. Estes músculos dão suporte aos órgãos que se encontram na cavidade abdominal (útero, bexiga e intestinos), trabalham no controlo da bexiga e intestino e na função sexual.

A bexiga é responsável por armazenar a urina produzida continuamente pelos rins e que lhe chega através dos ureteres. Quando atinge um determinado volume e está em condições de a expulsar são ativadas diferentes vias nervosas que permitem a sua eliminação, de forma voluntária. Quando ocorrem perdas de urina de forma não controlada, deixamos de ter continência e passamos a ter uma incontinência urinária.

A Incontinência Urinária não é uma situação normal e caracteriza-se pela perda de urina involuntária. É um problema que tem tendência a desenvolver-se com a idade, nomeadamente a partir dos 40 anos, sendo mais recorrente em mulheres de idade avançada.

Pode ter diversas causas na sua origem. As principais são o número de gravidezes, o número de partos por via endovaginal e a obesidade. Contudo, existem outros fatores de risco que podem potenciar esta condição, tais como: diabetes, demência, perda de capacidades cognitivas, défice de estrogénio, alterações hormonais, envelhecimento, alterações estruturais do pavimento pélvico, alterações da mucosa urogenital e mau funcionamento do músculo da bexiga (detrusor).

Esta condição de saúde limita a realização das mais diversas tarefas diárias, diminui a autoestima, condiciona a qualidade de vida e o bem-estar geral e pode originar, em virtude destas consequências, estados depressivos. A mulher vive com medo que as suas perdas urinárias sejam notadas pelos outros, seja por verem as marcas ou por poderem sentir o cheiro. Por isso, evita sair de casa e de realizar tarefas do quotidiano com receio de desencadear perdas de urina.

Quando ocorre perda de urina, frequente ou não, estamos perante Incontinência Urinária. Esta pode ser de dois tipos:

Incontinência Urinária de Esforço: surge quando há esforços que aumentam a pressão abdominal, como tossir, rir, espirrar, carregar pesos, saltar, correr, fazer exercício físico.

Incontinência Urinária de Urgência: surge de uma vontade súbita urgente de urinar e que não é possível travar, mesmo tendo a bexiga pouco volume urinário.

Incontinência Urinária Mista: surge em Mulheres que apresentam os dois tipos anteriores, sendo um deles mais predominante.

O diagnóstico deste problema é simples de obter. O Médico Ginecologista ou o Fisioterapeuta realiza a história clínica da paciente e faz um exame físico: exame ginecológico e avaliação da tonicidade dos músculos do pavimento pélvico. Adicionalmente o Médico poderá solicitar exames para complementar a avaliação e confirmar o tipo de Incontinência Urinária: análises sanguíneas e análises à urina (avaliação renal e despiste de infeção urinária), urofluxometria, ecografia pélvica, estudo urodinâmino, cistograma e citoscopia.

A Fisioterapia é recomendada como tratamento de primeira linha para muitos problemas a nível da região pélvica. Esta assume um papel importante no tratamento da Incontinência Urinária nas Mulheres. Os Fisioterapeutas especialistas em saúde pélvica têm a capacidade de avaliar e tratar este problema de saúde. São dotados de conhecimentos científicos e experiência profissional que lhes permite utilizar as técnicas terapêuticas mais adequadas para dar novamente função aos músculos do pavimento pélvico, melhorar o controlo da bexiga e aliviar os sintomas causados pela incontinência, levando, assim, a uma continência. As técnicas utilizadas são sempre adaptadas a cada pessoa, por isso é importante fazer um bom diagnóstico e perceber que tipo de incontinência urinária temos presente. O tratamento da Incontinência Urinária de Esforço Feminina pode passar pela alteração dos hábitos de vida, por cirurgia ou por dar função aos músculos do pavimento pélvico (fortalecendo-os ou relaxando-os, dando assim um equilíbrio ao pavimento pélvico) com Fisioterapia. No caso da Incontinência Urinária de Urgência, o tratamento pode passar também pela alteração do estilo de vida, treino vesical e trabalho do pavimento pélvico para criar um equilíbrio nos músculos.

Para complementar o seu trabalho, o Fisioterapeuta fornece ainda orientações direcionadas para mudanças de estilo de vida e de comportamento, como por exemplo não evitar a ingestão de líquidos, evitar alimentos sensíveis para a bexiga, manter um peso saudável, utilizar técnicas de relaxamento, evitar a obstipação que leva a um agravamento da incontinência urinária e praticar exercício físico.

O tratamento para a Incontinência Urinária depende da sua causa e gravidade. É imprescindível o acompanhamento por profissionais de saúde especialistas na área, como Médicos ou Fisioterapeutas, para obter uma avaliação correta e um plano de tratamento personalizado.

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