A lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é uma das lesões que podem acontecer na participação desportiva e que implica um período de paragem e reabilitação mais prolongado. Esta lesão, que pode estar associada a trauma - por contacto com outros atletas - ou não - aquando de movimentos de mudança de direção ou receção ao solo após salto - implica uma dor aguda no joelho, com a instalação imediata de edema e a perda de amplitudes articulares do joelho.
Uma das principais dúvidas associadas à lesão do Ligamento Cruzado Anterior é se a reabilitação deverá ou não passar pela cirurgia. Atualmente, sabemos que existem indivíduos que conseguem perfeitamente continuar a sua vida sem diminuição da sua capacidade funcional ou do nível de atividade, com uma reabilitação conservadora, devendo assim estabelecer-se como a primeira linha de intervenção em vários casos.
Existem, contudo, situações em que isto poderá não se verificar. Ocasionalmente, a lesão do LCA envolve também outras estruturas, de que são exemplos os meniscos ou outros ligamentos ou cartilagem do joelho. Quando estas lesões associadas são relativamente extensas, a cirurgia deverá ser ponderada como a intervenção de primeira linha. Para além disso, mesmo em situações de lesão isolada do LCA, a indicação cirúrgica poderá ser útil se 1) indivíduos que tenham ambição de regressar à prática desportiva a nível competitivo elevado e 2) indivíduos que tenham características funcionais ou durante a reabilitação conservadora que sugiram a opção cirúrgica.
No caso dos pós-cirúrgicos, que são aqueles que estão mais associados a receio e desconhecimento do público geral, a reabilitação na fase aguda deverá passar por restaurar as amplitudes articulares do joelho (principalmente a extensão), recuperar o volume muscular e a capacidade de produção de força do quadricípite, e devolver as capacidades ao músculos dador (local de onde saem os enxertos para o novo ligamento) em concreto, e aos restantes músculos de forma global. Por fim, idealmente, deverá tentar manter-se a composição corporal e manter os níveis de atividade e a saúde cardio-respiratória.
Por tudo isto, a estratégia de eleição que deverá constituir a base do processo de reabilitação é o exercício, que deverá ser ajustado e parametrizado em função do indivíduo e das suas capacidades, e em função da fase e características da lesão e cirurgia. Contudo, e de forma a coadjuvar o exercício, poderão também ser utilizadas terapia manual e/ou eletrostimulação ou termoterapia, sob a forma de gelo.